Somei o quanto levei pra entender
Como me parece difícil saber
Como tantas coisas que fiz
Podem caber em tão breves anos
E, a cada aurora renovar o amor
De cruzar as horas por cada sabor
E me levantar
Sempre tão ansiosa
Pelo que, ao fundo sei
Só vem a sua hora
E sem controlar
Ah, melhor assim
Também vou ir
Que há tanto entre tantos entretantos
E é lá que declarei minha aldeia
Ah, melhor assim
Também vou ir
Vou seguir
Até aqui, certo deu, certo que
Certo vem e certo dará mais
Ando mais estóica que hermética
E bem mais Neruda que lendo Guerra e Paz
E ah, há tempos mais Leminski que whisky!
Melhor assim
Aprendi a respeitar
E dar um beijo e adeus
A cada degrau
Dessa estrada escada a eu mesma
O polo é o amor
Salguei o doce até me encontrar
E aqueci o frio até amornar
E esquecer a pressa
Que o plexo pulsa, à sua maneira
Descomplexificar
Na Alameda Das Lembranças, só memórias
À Ponte do Porvir, expectativas
Nada mais importa além de estar aqui
Que é onde sou e é o que há
As coisas são que são
Faz curva o que reage
E traz interpretação
Da estrela em miragem
Hoje tem fogueira na aldeia
Que o trocar de casca
É para celebrar
Se a certeza virou besteira
Não foi ela a mudar
Foi a areia
Ah, vento que traz
E leva tanto de mim
Faz o teu melhor
Melhor assim
Também vou ir
